A Congregação salesiana ou salesianos (em latim: Societas Sancti Francisci Salesii) é uma Congregação religiosa da Igreja Católica Apostólica Romana fundada em 1859 por São João Bosco e aprovada em 1874 pelo Papa Pio IX. Seu nome oficial é Pia Sociedade de São Francisco de Sales em homenagem a São Francisco de Sales, contudo, são popularmente conhecidos por salesianos de Dom Bosco, (em latim: Salesiani Domini Bosci) o que determina sua sigla: SDB.
Os principais destinatários da missão salesiana são os jovens, especialmente os pobres e em situação de risco. Em vista destes destinatários, os trabalham também nos ambientes populares, com atenção aos leigos evangelizadores, à família, à comunicação social, e entre os povos ainda não evangelizados.
A congregação é composta por irmãos de vida consagrada, que fazem votos simples de castidade, pobreza e obediência. Os salesianos podem optar pelo sacerdócio, de modo que existem padres e irmãos salesianos.
A Congregação Salesiana foi a primeira instituição a constituir a família salesiana. Entre as obras da Congregação salesiana pode-se citar os colégios e serviços beneficentes, espalhados por várias partes do mundo.
Descrição: Escudo eclesiástico oval de blau, com uma âncora de argente flanqueada à direita por um busto de São Francisco de Sales, ao natural, e a esquerda por uma estrela de seis raios de jalde e um coração de goles flamejante e cozido no campo, a primeira acima do segundo. Na parte inferior, uma montanha com seu bosque, ao natural (sinopla). O escudo está assentado numa tarja branca, envolta por dois ramos entrelaçados de palma à direita e de louro à esquerda. Timbre: uma cruz latina de jalde. Listel de argente com o lema: “DA MIHI ANIMAS CŒTERA TOLLE”, em letras e blau.
Interpretação: O campo e blau (azul) significa: justiça, serenidade, fortaleza, boa fama e nobreza. A âncora é símbolo da virtude teologal da esperança e, por seu metal, (prata), traduz a inocência, a castidade, a pureza, lisura, fidelidade e a eloqüência, virtudes essenciais num religioso; o Coração flamejante é símbolo da virtude teologal da caridade, que por seu esmalte, goles (vermelho), simboliza o fogo da caridade inflamada no coração dos religiosos salesianos pelo Divino Espírito Santo, bem como, valor e socorro aos necessitados; e a estrela é símbolo da virtude teologal da fé, sendo ainda símbolo da Virgem Maria – Stella Maris – , que, como poderosa Auxiliadora do povo cristão, é a celeste protetora do gênero humano, sendo que por seu metal, a estrela traduz: nobreza, autoridade, premência, generosidade, ardor e descortínio.
A figura de São Francisco de Sales lembra o Patrono da Sociedade. A montanha significa as alturas da perfeição à qual devem tender os membros da Congregação e o bosque a montanha lembra o fundador, São João Bosco, que pelo seu esmalte, sinopla (verde) representa: esperança, liberdade, abundância, cortesia e amizade . A palma e o louro que, entrelaçados, simbolizam o prêmio reservado a quem leva uma vida sacrificada e virtuosa. O lema; “Dai-me almas e ficai com o que sobrar”, exprime o ideal de todo religioso salesiano.
O propósito de uma ordem ou congregação religiosa é viver o carisma ou espírito de seu fundador. Dito de uma forma sucinta, o espírito salesiano se resume na expressão “querer ficar com Dom Bosco, querer ser como Dom Bosco”.
A espiritualidade de Dom Bosco se expressa como um modo de vida que, no aspecto temporal e espiritual, educa pelo exemplo. Sendo assim, do exemplo de S. João Bosco os salesianos extraem alguns aspectos que indicam a prática da espiritualidade salesiana:
Uma espiritualidade cristã: o ponto de partida é o amor de Cristo pela humanidade, que é a raiz da caridade do salesiano pelos jovens. É com o coração de Cristo que o salesiano desenvolve sua missão.
Uma espiritualidade eclesial e católica: a ação e vida salesiana são desenvolvidas na convivência em comunidade, no aspecto concreto da convivência interpessoal, no aspecto do sentido de Igreja, que convive na diversidade de visões e culturas e na unidade da fé, sintetizada na missão do Santo Padre.
Uma espiritualidade na experiência de Deus: mesmo não sendo uma ordem contemplativa, o salesiano contempla em sua ação a experiência de Deus como Pai, que olha, que cuida, que provê, que educa e que ama os jovens.
Uma espiritualidade alegre: enraizado em S. Francisco de Sales, defensor da alegria como própria da santidade. Em vez de rejeitar o mundo e o que há no mundo o salesiano valoriza as novidades do mundo temporal, quando elas trazem a alegria e agradam aos jovens e claro não firam a moral e os bons costumes. Para preservar essa alegria saudável e antinatural não poucos padres recorriam a cascudos e arremessos de pesados molhos de chaves nos alunos mais entusiasmados. Pela prática da alegria, aprende-se a distinguir entre o entusiasmo passageiro e a felicidade da vida cristã.
Uma espiritualidade otimista e operante: não se lamenta nem se perturba diante da adversidade, responde aos desafios com uma visão otimista da vida e com seu trabalho, de forma simples, direta e descomplicada, pois sabe que agindo dessa maneira, corresponde à providência divina.
Uma espiritualidade humana na temperança: procura no cotidiano as oportunidades de penitência, a incompreensão das pessoas, as dificuldades do clima, os desentendimentos, as pequenas falhas que sempre incomodam, praticando assim a paciência e a temperança, sem recorrer a penitências extraordinárias. É, assim, uma espiritualidade acessível a qualquer pessoa.
Uma espiritualidade atenta e criativa: criar o novo, ter iniciativa, acompanhar e antecipar a história para estar perto da humanidade e sobretudo dos jovens, principalmente quando se trata da salvação.
Uma espiritualidade educadora e mariana: a devoção a Maria Auxiliadora dos Cristãos, se concretiza na proposta educativa do sistema preventivo fundamentado na razão, na religião e no carinho. A exemplo de Maria, que na concepção católica é mãe e educadora de Jesus, a educação se faz pela clareza das instruções, pela fé como fundamento da ação e pela caridade e amor à humanidade como caminho de encontro com Deus.
Uma espiritualidade de serviço aos jovens: sintetizado na frase “Basta que sejais jovens para que eu vos ame”, amor que muitas vezes importunava os inexperientes jovens, significa que é possível vencer o egoísmo sabendo que a vida não é um fim em si mesmo, mas um dom que se dedica a quem se ama. Na espiritualidade salesiana esse amor é dedicado à criança e aos jovens em primeiro lugar e proposto como um convite a ajudar nessa missão a todos os que já chegaram à vida adulta.
Diferentemente de outros modelos de espiritualidade cristã e católica, a espiritualidade salesiana não se concretiza nem pode ser vivida em clausura absoluta. É próprio dessa espiritualidade reunir as pessoas em família, padres, irmãos e irmãs de vida consagrada, fiéis católicos casados ou não em torno dessa missão de atender, cuidar, educar e amar a juventude. Por esse motivo, historicamente, a espiritualidade salesiana se concretiza de modo pleno na família salesiana, que é a comunidade maior que manifesta o espírito cristão de Dom Bosco para o mundo atual. O documento fundamental são as Constituições da Sociedade de São Francisco de Sales que são a regra de vida religiosa dos salesianos. Nelas se estabelece a estrutura organizativa dos salesianos. O modelo administrativo propõe que em cada instância haja um líder associado a um conselho. Esse modelo se reproduz da esfera mundial de governo às comunidades locais.
A autoridade máxima da Congregação Salesiana é o Papa. A ele cabe, por exemplo, a aprovação final de qualquer alteração nas Constituições ou a aceitação de eventual renúncia do Reitor-Mor.
No interior da Congregação, a autoridade suprema é exercida pelo Capítulo Geral, a assembléia representativa de todos os salesianos, que entre outras competências, elege o Reitor-Mor e aprova modificações nas Constituições.
A autoridade individual superior é o Reitor-Mor da Congregação Salesiana, representante oficial dos salesianos, com poder sobre todas as demais instâncias e pessoas pertencentes à Congregação nos aspectos temporais e espirituais.
Considerado o sucessor do fundador, Dom Bosco, o Reitor-Mor é também o centro da espiritualidade e unidade de toda a família salesiana.
Em sua missão, o reitor-mor é auxiliado por um Conselho Geral, composto pelo Vigário do Reitor-Mor e os seguintes conselheiros:
Conselheiros setoriais: conselheiro para a formação, conselheiro para a pastoral juvenil, conselheiro para a comunicação social, conselheiro para as missões e o ecônomo geral;
Conselheiros regionais, que representam conjuntos de inspetorias reunidos por vizinhança geográfica ou cultural.
A unidade administrativa da Inspetoria – em alguns países denominada de Província – reúne um conjunto de comunidades locais, por afinidade geográfica ou cultural. A autoridade maior da inspetoria é o Inspetor, que é auxiliado por um conselho inspetorial. Periodicamente reune-se o Capítulo Inspetorial, assembléia representativa de todos os salesianos de uma Inspetoria. Entre outras responsabilidades, o Inspetor é também o primeiro responsável pela formação dos novos salesianos, em particular dos noviços.
As comunidades locais são administradas por um diretor, auxiliado por um Conselho local. A Assembléia dos Irmãos reúne todos os salesianos de uma comunidade e tem, por exemplo, a competência para eleger o delegado da comunidade ao Capítulo Inspetorial. As comunidades locais são as unidades de atividade prática podendo conduzir escolas, paróquias, entidades assistenciais e obras sociais. São também o espaço de convivência dos salesianos. Diferentemente de outras instituições religiosas de vida consagrada, os salesianos vivem, necessariamente, em comunidades. Deste modo, além de unidade administrativa, as comunidades são elementos constituintes da espiritualidade salesiana.
Em 1883, em Niterói, os salesianos fundaram a primeira obra no Brasil: o Colégio Salesiano Santa Rosa.
Atualmente mantêm mais de cem instituições de ensino fundamental e médio no país, com aproximadamente noventa mil alunos e quatro mil educadores. Dirigem dez grandes universidades e centros universitários, oferecendo mais de cem cursos. Desenvolvem uma rede muito ampla de obras sociais e de formação profissional.
As inspetorias salesianas são unidades administrativas regionais que coordenam as atividades de um conjunto de obras salesianas. As inspetorias salesianas no Brasil são:
- Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, também denominada Inspetoria Missionária da Amazônia, abrange os estados de Amazonas, Pará, Acre e Rondônia. site: www.isma.org.br
Inspetoria Salesiana São João Bosco, abrange os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal. - Inspetoria Salesiana do Mato Grosso, abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e noroeste de São Paulo.
- Inspetoria São Luís Gonzaga, abrange os estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas.
- Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, abrange o estado de São Paulo, fundada em 1896 e compreendia as obras salesianas de Niterói-RJ, Lorena-SP e São Paulo-SP. O primeiro inspetor foi o Pe. Carlos Peretto e a casa inspetorial ficou alocada no Colégio São Joaquim, de Lorena. Atualmente, a Inspetoria compreende obras salesianas no Estado de São Paulo, tendo sua sede no Liceu Coração de Jesus, na capital paulista.
- Inspetoria Salesiana São Pio X, abrange os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Dom Antônio de Almeida Lustosa
Dom Antônio Campelo Aragão
Dom Antônio Emídio Vilar
Dom Antônio Malan
Dom Antônio Possamai
Dom Antônio Sarto
Dom Antônio Carlos Altieri
Dom Bonifácio Piccinini
Dom Bruno Pedron
Dom Décio Zandonade
Dom Eduardo Pinheiro da Silva
Dom Edvaldo Gonçalves Amaral
Dom Fernando Legal
Dom Flávio Giovenale
Dom Francisco de Aquino Correia
Dom Franco Dalla Valle
Dom Friedrich Heimler
Dom Giovanni Zerbini
Dom Hilário Moser
Dom Irineu Danelon
Dom João Corso
Dom João Resende Costa
Dom José Foralosso
Dom José Jovêncio Balestieri
Dom José Song Sui-Wan
Dom José Valmor Cesar Teixeira
Dom Ladislau Paz
Dom Mílton Antônio dos Santos
Dom Onofre Cândido Rosa
Dom Orlando Chaves
Dom Segismundo Martinez
Dom Valério Breda
Dom Vartan Waldir Boghossian
Dom Vitório Pavanello
Dom Walter Ivan de Azevedo
Dom Tarcisio Scaramussa
Origens
A influência salesiana em Portugal inicia ainda antes da chegada dos salesianos a terras lusitanas, quando Dom Sebastião Vasconcelos funda as Oficinas de São José do Porto, em 1883, após ter conhecido São João Bosco e sua obra de educação profissional para a juventude. Em 1894, os salesianos são chamados a suceder o Padre Francisco Rodrigues da Cruz para dirigir o Colégio dos Órfãos de São Caetano, em Braga. Era já um colégio tradicional, fundado no séc. XVIII por D. Frei Caetano Brandão.
Situação atual
A atuação salesiana em Portugal teve desenvolvimento rápido, a ponto de se constituir em província salesiana (inspetoria) independente já em 1899. A revolução liberal de 1910, com a proclamação da república, com forte oposição às instituições de caráter religioso cria dificuldades também para os salesianos.
A Província Portuguesa da Sociedade Salesiana Corporação Missionária foi feita Membro-Honorário da Ordem do Mérito a 26 de Fevereiro de 1996.[3] Uma provincia missionária que espalhou o carisma salesianos em vários territórios por esse mundo fora: Macau, Timor-Leste, Goa, Moçamquibe e Cabo Verde.
Atualmente a missão da Província Salesiana de Santo António, com sede em Lisboa trabalha em Portugal e Cabo Verde.
Em Portugal os salesianos atualmente (2014) trabalham em: Mirandela, Poiares da Régua, Porto (Colégio), Porto (Edições Salesianas e Cavaleiro da Imaculada), Mogofores, Manique, Estoril, Lisboa, Vendas Novas, Évora, Funchal e Água de Pena. Na República de Cabo Verde os salesianos trabalham na ilha de São Vicente na cidade do Mindelo.
A presença salesiana em Moçambique tem crescido. Desde 2006 é uma visitadoria salesiana independente.
A Visitadoria conta com 52 salesianos de 11 nacionalidades, sendo 23 moçambicanos; destes, 18 encontram-se na fase de formação inicial. Trabalhamos em oito comunidades salesianas.
A atuação salesiana iniciou-se em Angola quando ainda era colônia portuguesa, dirigida pela Província Salesiana de Portugal. Com a independência do país e as dificuldades políticas conseqüentes, as missões em Angola foram organizadas a partir de 1981 pelos salesianos do Brasil, com participação de salesianos latino-americanos. Atualmente, a Inspetoria Salesiana de Angola conta com dez obras, entre paróquias, escolas e entidades assistenciais, com a participação de cinqüenta e oito salesianos, dos quais vinte e dois do continente africano. As atividades são realizadas em conjunto com outros institutos religiosos, como as Filhas de Maria Auxiliadora, Organizações Não-Governamentais e aproximadamente dez mil colaboradores angolanos. Para se ter uma idéia da dimensão desse trabalho, a Paróquia de São Paulo, em Luanda, recebe sete mil crianças e jovens para a catequese. Já atualmente estão presentes em varias partes de africa em Angola estão em Luanda que é a capital,estão no Kwanza-Norte no Município de Kambambe/Dondo e em Ndalatando, Estão em Cabinda ,Beguela,KWanza-Sul em calulo,e com perspetivas de estar na província do Huambo. Salesianos de Dom Bosco e suas atividades em Angola Atualmente 800 alfabetizadores tomam conta de 20.000 jovens e adultos nas Províncias de Benguela, Kwanza-Sul (Calulo, Mussende), Kwanza-Norte (Dondo, N´Dalatando), Luanda e Moxico.
Mais de 10 000 estudantes passaram pelas escolas, salesianas, Centros de formação Dom Bosco nas cidades de Benguela, Kwanza-Sul, Dondo, Kalakala, Luanda (Lixeira, Mota, Palanca), Viana e N´Dalatando.
Está centrada na formação do dos futuros profissionais em electricidade, construção civil, mecânica, construções metálicas, marcenaria, carpintaria, informática, decoração costura e apicultura. A rede dos centros de formação tem aproximadamente 2.800 alunos nas cidades de Benguela, Cabinda, Dondo, Luanda, Lwena e N´dalatando. Neste campo é significativa a parceria do governo com Dom Bosco.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Salesianos
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