Quarta-feira da 5ª semana da Páscoa
Evangelho (Jo 15, 1-8)
«Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos».
Reflexão
Queridos irmãos,
A liturgia da Palavra desta quarta-feira da 5ª semana da Páscoa nos coloca ainda na perspectiva da despedida de Jesus. Jesus vê junto aos seus discípulos a necessidade de se falar em permanecer n’Ele. Somente unido à Ele é que os discípulos poderão dar bons e significativos frutos. Jesus, vislumbrando o que ia se dar com os seus discípulos, as muitas perseguições e mortes, que eles iam enfrentar, pede aos seus discípulos que mesmo nas dificuldades permaneçam n’Ele.
Numa sociedade do descartável, falar em permanecer é beirar a um absurdo. Contrário à isso, os discípulos de Jesus, ao seu modelo, são homens e mulheres que, embora estejam no mundo, não vivem a partir do mundo, dos contra valores que nos são apresentados. É preciso permanecer n’Ele. É preciso ir contra as correntes.
A dor, é no nosso tempo, algo a que muito se teme. Tentam de várias maneiras não sentir dor. É necessário viver uma vida sem sofrimentos, tranquila, sem muitas dificuldades. Atitudes hodiernas como estas fazem com que o testemunho evangélico atual se torne frágil, tímido e incapaz de “abalar” o mundo. É preciso voltar aos inícios. É preciso enxergar o sofrimento e a dor como meios para se chegar à alegria.
A atitude fundamental dos discípulos de Jesus é o de permanecer n’Ele, mesmo e sobretudo, nos momentos de dor e de sofrimento. Que Deus nos dê a graça da fé e da coragem em permanecer n’Ele, dos primeiros mártires, homens e mulheres que, na fé, foram até o fim coerentes e fiéis a resposta primeira.
Leandro Francisco da Silva
Pós-noviço salesiano do Nordeste