Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Evangelho (Mc 10,28-31)

Pedro começou a dizer-lhe: «Olha, nós deixamos tudo e te seguimos». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do Evangelho, recebe cem vezes mais agora, durante esta vida — casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições — e, no mundo futuro, vida eterna. Muitos, porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros».

Reflexão

Queridos irmãos, louvado seja Nossa Senhor Jesus Cristo!

O Evangelho de hoje nos apresenta de maneira curta, porém profunda, a inversão que Jesus faz da compreensão de família e consequentemente dos laços familiares dentro dos quais fomos gerados e nos formamos. Talvez em resposta a situações na comunidade dos discípulos, cujo objeto era o abandono da família consanguínea e o que eles deviam ganhar em troca, Jesus nos fala de uma família “superior” e ampliada, congregada não mais pela consanguinidade, mas sim, pela filiação divina, com a qual todos nós fomos cumulados.

Diante do medo do abandono e da solidão por vezes, também nós caímos na tentação da pura consanguinidade, que nos paralisa, enquanto discípulos, nos tornando “pobres que não dá nada – e tudo tem, fechando-se em si mesmo”.  Jesus não abole a família consanguínea, antes dá fundamentos para a torna-la mais crível e eficaz, numa sociedade cada vez mais individualista. O perigo é nos fechar numa consanguinidade infértil, que não produz vida e nem frutos à comunidade dos seguidores de Jesus. É preciso ir além, é preciso nos reconhecermos enquanto família e irmãos uns dos outros.

Leandro Francisco da Silva, SDB

Pós-noviço salesiano

E-mail- leandrofsdb@yahoo.com.br

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