Quinta-feira da 1ª semana da quaresma
Evangelho (Mt 7,7-12)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
Pedi e vos será dado! Procurai e achareis!
Batei e a porta vos será aberta!
Pois todo aquele que pede, recebe;
quem procura, encontra;
e a quem bate, a porta será aberta.
Quem de vós dá ao filho uma pedra,
quando ele pede um pão?
Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe?
Ora, se vós, que sois maus,
sabeis dar coisas boas a vossos filhos,
quanto mais vosso Pai que está nos céus
dará coisas boas aos que lhe pedirem!
Tudo quanto quereis que os outros vos façam,
fazei também a eles.
Nisto consiste a Lei e os Profetas.
Reflexão
Queridos irmãos e irmãs em Cristo Jesus!
A liturgia da Palavra desta quinta-feira da 1ª semana do tempo da quaresma nos chama atenção à três aspectos muito necessários à vida de fé, a saber: 1-Confiança filial em Deus; 2- Deus como protótipo de Pai perfeito e cuidadoso e o 3- Inauguração de uma máxima universal nos dada por Jesus.
Mateus nos apresenta, nestas suas páginas sagradas de hoje, Jesus como um grande revelador do Pai. Antes, contudo, nos mostra qual deve ser o nível da nossa relação com Ele. Um nível de relação fundada, sobretudo, na confiança filial de quem fez a experiência amorosa e cuidadosa com o pai do céu. A fé é, neste sentido, uma expressão concreta do homem que crer e por isso espera confiante em Deus.
Outro aspecto muito importante e central neste Evangelho é a dualidade (Entre os pais da terra e o Pai do céu) feita por Jesus que, deve levar-nos a compreender, ainda com mais clareza a incisiva distinção entre os dois: “Ora, se vós que sois maus sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! ” Neste sentido, Jesus nos apresenta o seu Pai, que em si mesmo é dotado de bondade, onde o mal não pode adentrar, como o protótipo, o modelo de Pai, cujos filhos, podem sentir-se amparados e protegidos. Talvez, Jesus tenha dito isto, porque tenha, enquanto Filho, sentido essa mesma experiência filial.
Por fim, Jesus nos apresenta uma máxima, que quer ser, enquanto termo de moralidade, universal, isto é, para todos os homens, a saber: “Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles”. O pedido de Jesus nos insere na perspectiva da alteridade, isto é, do sentir-se com outro. A oração com o Pai, não nos deve levar a uma vida intimista de relação com Ele, cujos pedidos de favores são sempre para nós ou/e a tudo aquilo que nos toca. A vida em Deus, deve antes nos levar a uma vida de comunhão com os outros e com as suas necessidades. É antes doar-nos para nos “ter a nós mesmos”.
Que este tempo favorável da quaresma nos ajude no reconhecimento diário, de sermos filhos de um Pai, que nos ama e por isso nos perdoa e salva.
Leandro Francisco da Silva, SDB
Pós-noviço salesiano
E-mail- leandrofsdb@yahoo.com.br